Vale a pena ser feliz

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Animação VI- 7ª parte: Israel, Irã , Palestina e China

Filme israelense é uma raridade. Animação com desenho a mão também é uma raridade em tempos digitais. “Valsa com Bashir”, escrito e dirigido por Ari Folman, coleciona prêmios e elogios por onde passa.

O espetacular Valsa com Bashir de Ari Folman, mistura de desenho animado com documentário, sobre fatos reais da Guerra do Líbano é uma inovação do cinema animado para adulto, abordando um tema pesado, que talvez queira amenizar com uma parte em animação. Mas isso não acontece. Os desenhos de nada amenizam o relato.

A animação é autobiográfica pois mistura documentário e ficção. Foi escrita e dirigida por Ari Folman, um ex-soldado israelense que, depois da Guerra do Líbano, nos anos 1980, trabalhou por duas décadas como roteirista de peças publicitárias do Exército. Cansado da burocracia de seu emprego, Folman pediu férias e começou a fazer terapia. Percebeu que tinha apagado suas memórias de guerra, uma perspicaz “medida preventiva” do cérebro para reprimir experiências traumáticas. Começou a ouvir ex-companheiros e familiares para desbloquear suas lembranças, pintando sua memória com a dos outros.

Folman dá voz ao jovem soldado israelense que vive a guerra com seus companheiros. Literalmente: quase todas as dublagens de Valsa com Bashir foram feitas pelas pessoas que inspiraram os personagens fictícios.

Mais que uma rememoração de traumas, o filme é uma tentativa de expiar a culpa israelense no episódio que inspirou seu título. Bashir Gemayel era o líder de uma milícia cristã maronita apoiada por Israel durante a guerra civil libanesa. Ele foi assassinado logo após ser eleito presidente do Líbano, em setembro de 1982. Um dia depois, seus partidários falangistas invadiram Sabra e Chatila, dois campos de refugiados palestinos nos arredores de Beirute. A vingança durou dias e levou à morte 1.700 palestinos. O extermínio foi observado passivamente pelos soldados do Exército de Israel, que na ocasião controlavam a área.

Embora o massacre, tecnicamente, tenha sido atribuído a falangistas cristãos e libaneses, havia tropas israelenses ocupando aquele país - e sua responsabilidade ou omissão no caso continuam a ser objeto de controvérsia.

O filme, entretanto, não pretende resolvê-la, como explicou Folman na coletiva de imprensa em Cannes, onde o filme concorreu à Palma de Ouro em maio de 2008: "Eu queria um filme direto, abordando um massacre. Soldados são sempre, como se sabe, peões a serviço de lideranças." E a liderança então era o primeiro-ministro Ariel Sharon, posteriormente condenado por uma comissão governamental por permitir os massacres de civis no Líbano.

O assustador sonho recorrente de um deles, Boaz, é uma corrida noturna de 26 cães raivosos, dentes à mostra, percorrendo as ruas de Tel Aviv. No sonho, Boaz sabe que eles vieram para matar.

Mas nada mais chocante do que as cenas finais, que mostram imagens reais de Sabra e Chatila.
Veja trailer do filme:




A vez do IRÃ
O cartunista Gholamreza (Bahram) Azimi é ganhador de mais de quarenta prêmios no Iran e de 26 prêmios internacionais em pintura, animação e concursos de cartoon e fez várias animações, mas não as conheço.


Não é um filme iraniano, mas como causou polêmica e a criadora dos desenhos é iraniana, quis colocar neste ítem. O que se sabe das animações no Irã é quase nada.

Persépolis. O filme concorreu ao Oscar de melhor longa de animação e já arrebatou o Prêmio do Júri em Cannes e do Público na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, como melhor longa estrangeiro.

Mas o que essa animação tem de tão especial, que agrada a público e crítica? Persépolis é autobiográfico, baseado nos quadrinhos criados pela própria personagem principal, Marjane Satrapi. A história contada por Marji, além acompanhar seu crescimento e passagem para a vida adulta, retrata, por tabela, a história do Irã. Quando pequena, a história do país é contada didaticamente, pelos pais, tios e pela sua avó; depois, por ela mesma, e a partir daí passa a ser um retrato da condição do jovem e na mulher no Irã.

Autobiográfico, o longa é uma adaptação das histórias em quadrinhos de Marjane Satrapi, um fenômeno editorial na França, publicadas no Brasil pela Companhia das Letras. Persépolis narra a vida de Marjane, da infância em Teerã, quando estourou a Revolução Islâmica de 1979 – que derrubou o xá Reza Pahlevi e levou os extremistas ao poder –, até a vida adulta, pósguerra com o Iraque.

Persépolis é competente em desmistificar a imagem do Irã como um país dominado por fanáticos religiosos e em mostrar, através do crescimento de Marji , que suas experiências e ansiedades são comuns às de qualquer mulher do mundo. A avó é responsável pelas melhores falas do filme, especialmente porque é a personagem mais predisposta a quebrar tabus sociais.

Entretanto, não é assim que pensam os países Irã e Líbano que proibiram sua exibição.

O filme, que Marjane co-realizou com Vincent Paronnaud, mostra a repressão sob o regime do Xá, mas também a coacção social, as detenções e as execuções dos anos que se seguiram à Revolução islâmica liderada pelo ayatollah Khomeiny.

A natureza rebelde da heroína e os seus problemas com as autoridades forçam-na a deixar temporariamente o seu país. Reside numa primeira fase na Áustria e depois em França, nunca mais regressando ao Irã.

O filme foi condenado pelo governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad como "islamófobo" et "anti-iraniano", mas uma versão censurada da obra chegou a ser várias vezes exibida nas salas iranianas.

Veja trecho do filme:

O nome de Hassan Hamekan surge dentro das ilustrações infantis. Veja no link abaixo:
http://olivroinfantil.blogspot.com/2009/06/hassan-amekan-arte-de-ilustrar-do-irao.html

Uma novidade: O primeiro filme de animação da Palestina : Uma história de Amor.
"Fatenah é a história de uma mulher da Faixa de Gaza cujo do sonho, de encontrar um amor e levar uma vida dita normal, é destruído no dia em que lhe é diagnosticado um cancro. Baseado numa história verídica, este filme retrata as dificuldades vividas pelos residentes nesta dura zona do globo." Vaja o trailler abaixo:



Agora, vamos falar da CHINA.
Hao Yaning, que criou uma companhia, Beijing United Film Investment,e está produzindo uma série de animação para televisão chamada "Doraemon", filme e série de animação para TV sobre um gato-robô que viaja no tempo e que ajudou a tornar a indústria japonesa do mangá famosa em todo o mundo.É uma parceria entre a Bejing United Films e a ADK do Japão.

Hao envolveu-se com a animação
por causa de seu tino para os negócios. Ele estudou radioquímica na Universidade de Pequim e, depois de se formar, entrou para o Exército Popular de Libertação.

Em 1985, ele saiu do EPL e trabalhou numa empresa de publicidade e depois com marketing. Em 2003, ele montou sua própria produtora e desde então fez mais de 40 séries de TV, incluindo a "My Own Swordsman" original, que fez um enorme sucesso.

Foi então que surgiu a animação. Hao pensou que poderia reproduzir esse sucesso transferindo a história e os personagens para outros gêneros. "Depois de fazer 'My Own Swordsman', senti que ninguém na China estava trabalhando a cadeia de valorização da indústria cultural", diz ele. "Na maioria das vezes, as pessoas vendem DVDs e publicam alguns livros e só". Ele decidiu lucrar ainda mais ao lançar vários outros produtos culturais com o tema do Swordsman, desde um filme até mercadorias.




Thru The Moebius Strip” é o título do primeiro filme de animação digital (e em 3-D) feito na China.A história gira à volta de um rapaz que, em busca do seu pai, viaja a um mundo alienígena habitado por gigantes.

“Thru The Moebius Strip” é o título do primeiro filme de animação digital (e em 3-D) feito na china.
Uma exposição de filmes chineses no Museu do Oriente.
Produções do Estúdio de Cinema de Animação de Xangai
“O Rapaz com Três Cabelos” (1984)
Argumento: Zhang Leping
Música: Mark Chaet

E ainda os filmes Hols e Lotus.
Hols, o Príncipe do Sol, do japonês Isao Takahata, é considerado pela crítica como um filme sem precedentes. Hols é um rapaz corajoso, filho de um pescador, que, armado apenas com um machado, luta ferozmente contra uma matilha de lobos famintos, quando é salvo por Rockoor, um gigante feito de rocha e terra.

O protagonista ganha a confiança do gigante ao remover a “espada do sol”, que se encontra alojada no ombro deste. Rockoor profetiza que a espada irá ajudar o pequeno guerreiro quando se confrontar com um ser terrível.

A China ganhou o prêmio do Festival de Avanca, em Portugal, e pelo trailler, eu acho que é lindo, mas não é de animação.



O filme-anime de Dragon Blade é todo feito em animação de computador. Quem assistiu à perfeição da Square-Enix em Final Fantasy VII vai achar este anime com cara de animação de massinha, mas não compare: o filme é uma comédia imperdível, que faz rir e emocionar. A grande maioria das músicas possuem letras hilárias, a animação não tem grandes pretensões, e por isso funciona. É diversão garantida do começo ao final.
Mais um filme de animação chinesa muito premiado e de muito sucesso, lançado pela companhia DCDC Limited em 2004, escrito por Sze Yeung-Ping e Trevor Morris, dirigido por Kew Law e produzido por Stanley Tong Kwai-lai, com um arranjo musical de Lincoln Lo.


Levic

Um comentário:

Luene Paes® disse...

Que Post grandãoooo...rs
Vou ser sincera, não li ele todo, mas assim que tiver com a net de volta leio...lan house é duro amiga!!

rsrsrs... =)

Bom restinho de semana!!

Bjus