Vale a pena ser feliz
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Ópera - 7ª parte- Richard Wagner
Após a Revolução Francesa e a consequente era do Romantismo, a ópera sofreu sua segunda transformação, e desta vez pela iniciativa de um outro compositor polêmico, grandioso, egocêntrico e genial, que foi Richard Wagner. Sob influências românticas, a ópera vai tomar ares nacionalistas, vai cantar o triunfo da raça germânica.
Nessa altura, a Europa já tinha mais de 400 teatros, onde aconteciam desde alianças políticas a casamentos. Com o gás e a eletricidade, os cenários se sofisticaram e as sinfonias começaram a ser tocadas nos cafés. Nós estamos falando do final do séc. XVIII e início do séc. XIX.
É claro que as classes não se misturavam. A elite ocupava os camarotes, enquanto as outras pessoas ocupavam os assentos mais baratos dos teatros ou as pessoas ficavam de pé ou levavam seus banquinhos. As temporadas viajaram à América, onde foram inaugurados o Metropolitan (1883), em Nova York, o Cólon (1908), em Buenos Aires, e o Municipal (1909), do Rio de Janeiro.
Mas, vamos falar do compositor revolucionário que foi Wagner que inclusive até hoje tem gente que não gosta de sua música. Aliás, as pessoas ou passam a adorá-lo ou odeiam-no.
Wilhelm Richard Wagner (1813-1883) pensava que a ópera era a arte suprema capaz de redimir o mundo dos valores superficiais e da infelicidade crônica. Der fliegende Holländer (1841; O Navio Fantasma) já revoluciona por acompanhar outros caminhos da composição operística na musica , ainda mais ratificados nos dramas românticos Tannhäuser (1845) e Lohengrin (1850).
Wagner irá sacudir radicalmente as bases da composição dramática. A era romântica da ópera se divide em duas grandes facções, os wagnerianos e os anti-wagnerianos (principalmente os italianos).
Richard Wagner foi uma das figuras mais poderosas e controvertidas das artes. É um capítulo à parte na história da música, não só por ter revolucionado a forma tradicional da ópera, mas até mesmo por ter deixado de escrevê-las, e as substituído por outra concepção cênica, o Drama Musical.
Wagner começou escrevendo tradicionalmente à maneira de Gluck e com a influência pomposa da grande ópera de Meyerbeer, e assim escreveu "As Fadas" (1834),” Rienzi” (1840) e “O Navio-Fantasma” (1841).
De "Rienzi" ouviremos sua abertura e o final.
"Rienzi, o último dos Tribunos", de Wagner teve sua estreia em 1842 em Dresden. É uma ópera dentro dos esquemas da "Gran Opera" francesa: tem 5 atos, um balé (balé obrigatório) e um final apoteótico. Esta cena conta que o Capitólio de Roma está em chamas, incendiado pelo povo enfurecido contra Rienzi. Este e sua irmã Irene estão numa das torres. Todo o edifício está em chamas. Entretanto o namorado de Irene, Adriano Colonna, tenta salvá-la, mas é inútil e assim morrem os tres.
http://www.youtube.com/watch?v=FCDrwdWSv1Y
Margareta Hintermeier canta uma ária de Rienzi.
Um trecho do Navio Fantasma, ensaio no teatro de Manaus.
Depois, começou a utilizar uma técnica desenvolvida por Berlioz, a "idéia fixa", e a adaptou à ópera como Leitmotiv ( "motivo condutor"), onde um tema percorre a obra toda como signo de determinado personagem ou seu estado de espírito, e por vezes ambos. Nesta fase compôs duas obras-primas, “Tannhäuser” (1845) e “Lohengrin” (1848), baseados na mitologia germânica que logo em seguida seria sua maior fonte de inspiração.
Tannhäuser- sua abertura é linda. Vou colocar um vídeo. Difícil foi escolher com quem: Leonard Bernstein, Francesco Attardi ou Karajan. Bom, os outros dois deixo os links.
http://www.youtube.com/watch?v=fgpOctKSwp4
http://www.youtube.com/watch?v=3cyCKvrDfTw
Um filme feito com a música de Wagner.
Um trecho cantado desta ópera.
A próxima ópera é "Lohengrin", apresentando o "Prelude to Act III".
Na década de 1850, escreveu uma série de poemas, já com nome de Dramas Musicais e não como óperas, que mais tarde se transformariam no célebre "Der Ring des Nibelungen" (1856-1874) O Anel dos Nibelungos), a maior saga dramática que já foi posta em música.
Nessa tetralogia, formada por "Das Rheingold" (O Ouro do Reno), "Die Walküre" (A Valquíria), " Siegfried" e "Götterdämmerung" (O Crepúsculo dos Deuses) deuses, homens, gigantes e anões retratam um universo em conflito mortal. Juntas, esta tetralogia tem quase 20 horas de duração, com cada ato, por sua vez, durando mais que uma hora sem interrupção alguma do discurso musical. O Ouro do Reno, a primeira, é na verdade um prólogo, e não tem nem ao menos divisão de atos.
A Valquiria ("Die Walküre"), o 3º ato ",The Ride of the Valkyries":
"Das Rheingold"( O Ouro do Reno):
"Das Rhinegold", a 1ª parte da tetralogia "Der Ring Des Nibelungen" feitos em animação.
O maestro http://planisferiopessoal.blogspot.com/2009/02/die-walkure-valquiria.html rege a apresentação de "Siegfried"
Christopher J. Noel, o maestro, ainda em "Siegfried"
Ponto máximo da cena final do drama musical Götterdämmerung (o Crepúsculo dos Deuses).
A partir de então desenvolveu as premissas teóricas do que seria a obra de arte ideal, projetou e construiu, com ajuda do rei Ludwig da Baviera (grande admirador de Wagner e seu mecenas) um teatro especialmente para a encenação destas obras , o teatro de Bayreuth, que foi, inclusive, durante muitos anos, o melhor teatro do mundo em termos acústicos.
Durante esse período, o compositor criou também “Tristan und Isolde” (1857-1859; Tristão e Isolda), drama romântico que rompe com os padrões tradicionais da música ocidental, por suas harmonias suspensas e suas melodias cromáticas que beiram os limites do sistema tonal, que inclusive foi o principal fator que desencadeou a música moderna, numa antecipação da crise do tonalismo explicitada em obras posteriores de Mahler, Bruckner, Weber e Schoenberg.
Zubin Mehta rege "Tristan und Isolde" no seu "Prelude".
Na voz de Nina Stemme e sob a regência de Daniel Harding apresentam "Tristão e Isolda".
Um dueto da mesma ópera.
Foi, no entanto, duramente criticado por alguns de seus contemporâneos, habituados à ópera italiana.
“Os Mestres Cantores de Nurenberg” (1867), é a sua única comédia, cuja execução por vezes ultrapassa 5 horas.
"Die Meistersinger von Nürnberg"( Os Mestres Cantores de Nurenberg), Prelude to Act I.
Coroou sua carreira e sua obra com um último drama musical baseado na mitologia cristã da Alemanha, a busca do Santo Graal, na mais mística de todas as obras sinfônicas-dramáticas para o palco, "Parsifal" (1882).
Todos os vídeos abaixo são trechos de "Parsifal".
Só por aí já dá para se ter uma idéia da revolução estética que este homem promoveu. Ao unir a narrativa sinfônica (através de seu grande mestre Beethoven) à ação dramática do palco e das vozes, Wagner não influenciou apenas o mundo da ópera, mas toda a música da segunda metade do século XIX.
Daí sua importância capital para a música como um todo, e não apenas para o universo operístico, antes nitidamente separado das demais manifestações puramente instrumentais.
Sites que valem:
http://purobolor.blogspot.com/2008/09/richard-wagner-das-rheingold-o-ouro-do.html
http://pqpbach.opensadorselvagem.org/richard-wagner-1813-1883-der-ring-des-nibelungen-das-rheingold-karajan-bpo/
http://www.classicos.hpg.ig.com.br/wagner.htm
http://www.babylon.com/definition/Das_Rheingold/Portuguese
http://www.lunaeamigos.com.br/mitologia/12_tristao.htm
http://www.misteriosantigos.com/tristao_isolda.htm
http://www.galeon.com/projetochronos/chronosmedieval/tristao/tri_resu.htm
http://www.mgrande.com/weblog/index.php/partosdepandora/comments/arte6/
Levic
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