Vale a pena ser feliz

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Ópera - Compositores Franceses- Séc. XX

Será que ainda vale a pena falar da história da ópera e sua evolução, através dos tempos, pelos países? Depois de um tanto afastada do meu querido blog, retorno com esta dúvida. Ou já deveria ir para outro assunto? Acontece que não consegui...É uma espécie de traição com os outros países e com os outros músicos que tanto admiro. Portanto...Mais óperas! Na vez dos franceses. E Salve! Bravo!!!

Gabriel Urbain Fauré (Pamier, 12 de maio de 1845 — Paris, 4 de novembro de 1924) foi um compositor francês.

Fauré, após a guerra de 1870 faz contínuas viagens para assistir uma série de apresentações de Saint-Saëns e, principalmente, Richard Wagner. Embora impressionado com a música e o gênio de Richard Wagner, Fauré nem por um momento se deixou influenciar, permanecendo na história da música francesa no estilo da segunda metade do Século XIX.

Compôs duas óperas: Prométhée (Opera in three acts: Tragédie lyrique, 1900) e Pénélope (Opera in three acts: Poème lyrique, 1913).



Veronique Gens canta uma canção "Nuit D'etoiles Song Après un rêve" Op. 7 no 1 de Gabriel Fauré e no piano Roger Vignoles.



font-size:100%;" >Nascido em Lorena, deixou a região natal, com a família, depois da guerra franco-prussiana de 1870. Na cidade de Tourcoing cursou violino e harmonia na Escola das Belas Artes – e foi o município dessa cidade que lhe ofereceu uma bolsa para continuar os estudos no Conservatório de Paris. Aí, foi aluno de Émile Pessard e de Jules Massenet.

Tendo sido compositor de música considerada por muitos como excêntrica, a sua obra é principalmente associada à criação de ‘A Coroação da Musa’, um espectáculo que tinha Montmartre por cenário, com 1250 intérpretes em cena e apresentada por ele próprio aos 91 anos.

A ópera ‘Louise’ - 1900, é considerada a sua obra-prima e de que veio a ser feita uma versão cinematográfica. Além desta ópera, ele também criou Julien, ou La vie du poète - 1913 e L'amour au faubourg - 1913.





Renee Fleming canta de Charpentier "Depuis Le Jour",da ópera Louise sob regência de James Levine do Metropolitan. Depois aproveita nos vídeos relacionados que estão na telinha para comparar a mesma ária com vários intérpretes.



Claude-Achille Debussy, músico que nasceu em Saint-Germain en Laye (França) em 1862 e faleceu em 1918. Na época que ele viveu, além de ser moda no meio musical europeu no final do século 19, Wagner exercia influência com suas obras e inclusive fortemente na obra de Debussy, como na cantata "La demoiselle élue" (1888), como também em "Musique javanese" a Paris (1889) e em "Cinq poèmes de Baudelaire" (1889).

Entretanto, no novo século XX , Debussy criou sua própria linguagem musical: um sistema original de harmonia e de estrutura musicais inspirados nos pintores impressionistas e nos poetas simbolistas. Sua abordagem teve uma enorme influência na música moderna.

Em sua obra pianística, Debussy resgatou o rococó. Seu último volume, "Études" (1915), possui variantes de estilo e textura baseados nos exercícios para o piano, com nítida influência do jovem Stravinsky. Em 1902, compôs a sua única ópera, "Pelléas et Mélisande", com novos recursos dramáticos, como a declamação, a técnica já consagrada de Wagner.



Pelleas et Melisande-Debussy-,na interpretação de Isabel Rey e Michael Volle, numa apresentação em 2004.



Paul Dukas nasceu em 1865, Paris, e morreu em 1935, Paris. Foi um compositor do modernismo, e também professor de composição e crítico musical bastante conhecido. Autor da composição "O Aprendiz de Feiticeiro", baseada em um conto de Johann Wolfgang von Goethe (Der Zauberlehrling). A obra que ficou mundialmente conhecida por ter sido aproveitada no filme "Fantasia" de Walt Disney, de 1940, com Mickey no papel do aprendiz.

Sua única ópera foi Ariane et Barbe-Bleue (1907), com libreto de Maurice Maeterlinck.



Suzanne Balguerie canta: "Ô mes clairs diamants". da ópera Ariane et Barbe-Bleue.



Albert Charles Paul Marie Roussel (5 de abril, 1869 - 23 de agosto, 1937) foi um compositor francês. Albert Roussel nasceu em Tourcoing. O primeiro interesse de Roussel não foi a música, e sim a matemática. Ele passou um tempo na Marinha Francesa e em 1889 e 1890 ele serviu em uma fragata. Começou a estudar música seriamente com Eugène Gigout e continuou seus estudou até 1908 no Schola Cantorum (um de seus professores na escola foi Vincent d'Indy). Enquanto ele estudava, ele também lecionou, e um de seus estudantes foi o jovem Edgard Varèse. Durante a Primeira Guerra Mundial ele serviu como o motorista de uma ambulância.


Os seus primeiros trabalhos foram fortemente influenciados pelo impressionismo de Debussy e Ravel. Roussel teve interesse no jazz e escreveu uma composição para voz e piano entitulado Jazz Dans la Nuit.

Seus trabalhos mais importantes são os balés Le Festin de l'Araignée, Bacchus et Ariane e Aeneas e mais quatro sinfonias. Seus outros trabalhos incluem numerosos balés, suites orquestrais, um concerto para piano, um concertino para orquestra e violoncelo, um salmo para coral e orquestra, música incidental para teatro, música de câmara, música para piano solo e canções.

Padmâvatî, ópera em 2 atos (1913–18) foi apresentada no Paris Opéra.
Roussel morreu na cidade de Royan, no oeste da França, em 1937.



A ária :"Padmavati est l'image vivante...." Albert Roussel : PADMAVATI Festival dei Due Mondi di Spoleto , em junho de 2008 com Emmanuel Vuillaume.



Joseph-Maurice Ravel (Ciboure, 7 de março de 1875 – Paris, 28 de dezembro de 1937) foi um compositor e pianista francês, conhecido sobretudo pela sutileza das suas melodias instrumentais e orquestrais, entre elas, o Bolero, que ele considerava bem trivial.
Filho de engenheiro mecânico, Maurice Ravel nasceu numa cidade próxima ao País Basco, mas bem cedo se mudou com a família para Paris.
Com professores particulares, estudou piano (a partir dos sete anos) e depois harmonia. Em 1889, ingressou no Conservatório de Paris, onde teve aulas de piano com Charles de Bériot e de composição com Gabriel Fauré.

Foi influenciado significativamente por Debussy, e também por compositores anteriores, como Mozart, Liszt e Strauss, mas logo encontrou seu próprio estilo, que ficou, porém, marcado pelo Impressionismo.

Ravel tentou ganhar o Prêmio de Roma quatro vezes, mas os arrojos de sua composição não foram reconhecidos pela academia.

Em 1901, compôs a "Pavana Para uma Infanta Defunta", uma de suas obras mais conhecidas. "Sherazade" é de 1903, e a "Rapsódia Espanhola", de 1907. No mesmo período, Ravel criou muitas outras obras, sobretudo para piano.

Em 1909, travou contato com Stravinsky, que estava em Paris apresentando seus balés, dirigidos por Serge Diaghilev. O encontro teria grande impacto na carreira de Ravel.

Dois anos depois, juntamente com outros músicos que freqüentavam o curso de Fauré, fundou a Sociedade Musical Independente, em oposição à Sociedade Nacional de Música. Sua primeira obra orquestral, o balé "Daphnis e Chloé", para ser encenado por Diaghilev, foi composta em 1912.

Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914, Ravel tentou alistar-se na aviação militar, mas foi rejeitado. No ano seguinte, conseguiu um posto de motorista do Exército.

Ainda durante a guerra, com o falecimento da mãe (1917), voltou para Paris.

Nos anos 1920, Ravel já era compositor reconhecido e realizou inúmeras turnês pela Europa. Em 1928, apresentou-se nos EUA, onde conheceu personalidades do cinema e da música, entre as quais o compositor Ira Gershwin. No mesmo ano, recebeu o título de doutor "honoris causa" pela Universidade de Oxford (Inglaterra).

Também em 1928, compôs o famoso "Bolero", que de início era uma composição para balé. Em 1931, criou o "Concerto Para Mão Esquerda", destinado a Paul Wittgenstein, pianista que perdera a mão direita durante a guerra.

Em 1932, faleceu das conseqüências de um acidente de táxi e durante o período que precedeu a sua morte, havia perdido parte da sua capacidade de compor devido às lesões cerebrais causadas pelo acidente. A sua inteligência sempre se manteve intacta mas o seu corpo já não respondia adequadamente, tendo sofrido graves problemas motores.

Suas óperas L'heure espagnole ("The Spanish Hour") (opera, 1907–1909) e L'enfant et les sortilèges (1919-1925), são as únicas conhecidas. Na verdade ele é mundialmente conhecido pelo seu Bolero, ainda hoje a obra musical francesa mais tocada no mundo. A composição foi encomendada pela bailarina Ida Rubistein e estreou na Ópera de Paris em 1928.





Prélude à la Nuit - Rhapsodie Espagnole - Maurice Ravel



Arthur Honegger (Le Havre, 10 de março de 1892 – Paris, 27 de novembro de 1955) foi um compositor suíço, conhecido por compor vários oratórios e sua famosa Cantata de Natal. Foi membro do grupo de compositores considerado anti-romântico chamado Les Six (Os Seis).

Do grupo Les Six faziam parte Georges Auric (1899-1983), Louis Durey (1888-1979), Darius Milhaud (1892-1974), Francis Poulenc (1899-1963), Germaine Tailleferre (1892-1983) e Arthur Honegger (1892-1955). Este último, de ascendência suíça, passou por ser um dos mais importantes do grupo, apesar de, conforme reconhecido pelo próprio, não ter fortes laços musicais com os restantes membros, e da sua ligação aos movimentos de reação aos ideais impressionistas e wagnerianos, que estiveram na origem da criação do grupo, serem meramente superficiais. Honegger tinha origens germânicas, além de ter vivido e estudado algum tempo em Zurique, e quando chegou a Paris para estudar no Conservatório, em 1911, era um entusiasta da música de Richard Wagner.

Naquela altura Honegger vivia em Le Havre, que fica a perto de 200Km de Paris, e deslocava-se à capital de comboio. Daí talvez tenha nascido o seu fascínio por locomotivas, que serviu de inspiração para uma das suas mais conhecidas e bem sucedidas obras, Pacific 231 (2 pequenas rodas laterais à frente, 3 grandes rodas centrais e 1 roda atrás), composta em 1923 e estreada no dia 8 de Maio de 1924 pelo maestro Serge Koussevitzky (1874-1951).


Arthur Honegger:Pacific 231 , sob regência de Marc Andreae.



Darius Milhaud (Marselha, 4 de setembro de 1892 – Genebra, 22 de junho de 1974) foi um compositor e professor francês, um dos mais prolíficos do século XX, tendo sua obra muito conhecida por conciliar o uso da politonalidade (múltiplas tonalidades ao mesmo tempo) e do jazz.

Membro de uma família judaica, estudou no Conservatório de Paris, onde conheceu seus colegas de composição Arthur Honegger e Germaine Tailleferre. Teve aulas de harmonia e composição e veio trabalhor como voluntário no Brasil, durante o período em que o poeta Paul Claudel era embaixador no país. Diga-se de passagem que esta época marcou muito sua vida, refletindo-se em obras como a suíte de dança "Saudades do Brazil" ou a famosa peça "Scaramouche".
Em 1922, numa viagem aos Estados Unidos ouviu o jazz "autêntico" nas ruas do bairro de Harlem em Nova Iorque. Ficou tão influenciado que passou a compor com arranjos de jazz as suas composições "La Création du monde" ("A Criação do mundo"), que é um balé em seis cenas contínuas, com movimentos naquele estilo.
Mudou-se para os Estados Unidos em 1940, por motivos da guerra e durante a mesma lecionou no Mills College de Oakland, Califórnia.

Entre 1947 e 1971 alternou períodos de docência em Mills e no Conservatório de Paris até que, devido a sua saúde já debilitada que o mantinha preso a uma cadeira de rodas, acabou se aposentando.

Morreu em Genebra, Suíça, aos 81 anos de idade.
Assim como seus contemporâneos Paul Hindemith, Bohuslav Martinu e Heitor Villa-Lobos, compunha muito rapidamente e de forma natural. Suas obras mais conhecidas são os balés "Le Bœuf sur le toit" e "La Création du monde", a peça "Scaramouche" (em diferentes versões), e a suíte de dança "Saudades do Brazil".
Milhaud compôs muitas obras, sendo só de ópera chega ao número 443 obras. Também é importante ressaltar que Milhaud costumava fazer várias versões da mesma peça, como Scaramouche, que pode ser para saxofone e orquestra, saxofone e piano, dois pianos, clarinete e orquestra, .
Suas óperas mais conhecidas são: Les Malheurs d'Orphée (1926),Christophe Colomb (1928),Maximilien (1930),Médée, com texto de Madeleine Milhaud, sua prima e esposa (1938), Bolivar (1943),Le Pauvre Matelot( O Marinheiro Pobre), L'Enlèvement d'Europe(O Ra0pto da Europa), L'Abandon d'Ariane(O Abandono de Ariadne).object width="425" height="344">Les Choéphores

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Francis Jean Marcel Poulenc (Paris, 7 de janeiro de 1899 – 30 de janeiro de 1963) foi um compositor e pianista francês, membro do grupo Les Six, autor de obras que abarcam a maior parte dos gêneros musicais, incluindo canção, música de câmara, oratório, ópera, música para bailado e música orquestral.
Poulenc começou a compôr com 7 anos de idade e aos 15 anos estudou com Ricardo Vinhes, que o encorajou para compor, apresentando-o a Satie, Casella, Auric e outros. Em 1917 a sua "Rapsodie Nègre" deu-lhe uma importância notável em Paris. Mas os seus conhecimentos técnicos eram escassos, pois Poulenc nunca frequentou o Conservatório. Assim em 1920 decidiu estudar harmonia durante três anos com Charles Koechlin. mas nunca estudou Contraponto nem Orquestração. Os seus conhecimentos de forma eram intuitivos. Em 1920 um crítico musical, Henri Collete escolheu 6 destes "Nouveaux Jeunes" e chamou-lhes "Les Six"; Poulenc fazia parte deste grupo. Deram concertos juntos, sendo um dos seus artigos de fé que se inspiravam no «folclore parisiense», isto é, nos músicos de rua, nos teatros musicais, nas bandas de circo.
O ambiente parisiense da época é fielmente representado na versão de Poulenc de "Cocards" de Cocteau. Esta obra chamou a atenção de Stravinski que recomendou Poulenc a Sergei Diaguilev, sendo o resultado desta colaboração o ballet "Les Biches", no qual ele expressa a sofisticação frágil dos ano 20, uma compreeensão verdadeira do idioma do Jazz e dp seu lirismo romântico que cada vez mais vai influenciar a sua obra.
As suas obras mais conhecidas são talvez as canções para voz e piano, em especial as escritas a partir de 1935, quando começou a acompanhar o grande barítono francês Pierre Bernac.
As suas versões de poemas de Apollinaire e do seu amigo Paul Eluard são particularmente boas, cobrindo ums vasta gama de emoções.

Compôs 3 óperas, sendo a maior "Les Dialogues des Carmélites" (1953-56), baseada em acontecimentos da Revolução Francesa, e as suas obras religiosas têm um toque de êxtase como o que apenas se encontra nas obras de Haydn. Ainda compôs "Les Mamelles de Tirésias"( Os seios de Tirésia - (1947)), e "La voix Humaine"( A voz humana (1959)).
A morte acidental do seu grande amigo Pierre-Octave Ferroud conjugada com uma peregrinação à Virgem Negra de Rocamadour, em 1935, levaram Poulenc a regressar ao catolicismo, resultando em composições em tom mais austero e sombrio.


"Les Dialogues des Carmélites"é uma ópera de 3 atos, sobre um libreto de Emmet Lavery, baseada na peça de Georges Bernanos.


Levic